A conversa
- uma sabrina poesia
- 9 de jul. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 9 de jul. de 2021
Oi, que bom te ver…
Eu imaginava você, talvez um pouco mais velha?
Ai, desculpe a indelicadeza citando isso, mas sabe como é né.
Não esperava te encontrar por aqui…
Ah, isso é, tenho gostado bastante de sumir.
Eu sei que você não pode falar muito de você, mas como as coisas andam então?
Entendi, entendi: não vou conseguir nenhuma informação.
Ok, vamos falar de mim: tenho 25, você sabe
Nada muito especial pra contar.
Ah, nisso concordo: continuo gostando de falar.
Mas não dela, por favor. Vamos evitar, agradeço.
Não que eu tenha algo contra, mas já não sei o endereço.
Ok, ok: você venceu.
Eu não sei dela há tempo, talvez a culpada seja eu.
Mas, pensa comigo só um pouco:
Ela causava muito problema.
Queria abraçar o mundo com as mãos,
Raramente lembrava o quanto era pequena.
E quando teimava de revolução, então?
Ah! Aí ninguém conseguia segurar.
Vixe, não quero nem lembrar!
E quem te disse que é mágoa ou inveja?
Não, só ficamos muito diferentes.
E foi daí que ela sumiu.
Ai, amo esse sossego na minha mente.
Sossego, sim!
Ela não me daria paz.
Se fosse ela, agora, nem estaríamos nesse clima.
Ia encher sua paciência até ter todas as respostas.
E depois, bem satisfeita ia te dar as costas.
Eu estou bem sim, não venha tirar conclusões precipitadas.
Ela nunca caberia em mim, as coisas só foram facilitadas.
Tristeza? Eu? Claro que não!
Você é que está precisando ver melhor. Ah: nem me venha mencionar “coração”.
Eu não quero mais falar sobre isso.
Sim, posso saber ao menos o que você quer de mim?
Eu não sou a da fórmula mágica, nem a que vê beleza em todo mundo.
Nem vem me dizer, que tudo o que ela fazia era profundo.
Aliás, nesse ponto você até que tem razão:
Se ela era tão melhor, veio falar comigo porquê então?
Eu? Mais perto dela do que de você?
Deixa de ser maluca!
Dela eu quero é distância! O que eu tenho agora é que ser adulta.
Ah, então agora você vai dizer o motivo da conversa?
Ela te encheu mesmo de esperança.
(Termino o diálogo de uma eu mais velha, comigo.
O assunto? Meu “eu” criança).
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