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Queixa

  • Foto do escritor: uma sabrina poesia
    uma sabrina poesia
  • 1 de jul. de 2022
  • 1 min de leitura

Acho curiosa a fascinação que o eterno nos causa, a necessidade de sentimentos ou coisas serem estendidas até o infinito.

Esse não é um texto contemplativo ou filosófico pra você marcar frases inteligentes: essa é uma queixa.

Você só conversa comigo nos sonhos, porque é o único lugar onde temos o eterno. Por que lá, não tem a fuligem do ar poluído em um dia seco. Lá não tem a dor de cabeça do final do dia, não tem a carne que você esqueceu de deixar fora do congelador.

Nos sonhos, não tem as chateações diárias e cotidianas que te desgastam. Não tem a necessidade de explicar o inexplicável e depois lidar com as consequências.

Nos sonhos não temos consequências: é só pular.

Não tem o jogo de quem vai precisar confiar primeiro, porque no final foda-se: não é sobre confiança. É sobre entrega.

Às vezes, a solução é sonhar até que os sonhos sejam eternos.


Mas prefiro me afundar na realidade, no cotidiano. Eu escolho meu café com coragem, não açúcar. E, ainda que eu pule e me quebre toda lá embaixo, eu arco com a cobrança da realidade como sempre.



Sonhar até que os sonhos sejam eternos?

Prefiro trazer a eternidade até o final do dia.


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