Seriedade
- uma sabrina poesia
- 11 de ago. de 2021
- 2 min de leitura
Eu não sei mais escrever coisa séria. Me desculpe. Se você veio até esse blog, no intuito de ler uma reflexão profunda sobre qualquer assunto, talvez tenha vindo num lugar errado.
Aqui é uma casa de poemas, de crônicas e até de cartas. Mas não de coisa séria, por favor.
Lembro-me com frequência do poema da Paz, e faço questão de entoá-lo como um cântico interno, toda vez que separo meus poucos minutos de escrever.
Eu não vou me posicionar. Eu não vou destrinchar um acontecimento alheio, que vi tanta gente comentando enquanto posso tirar o tempo e tomar meu café que está quase gelado.
Ainda bem que não preciso me revoltar com a fala da blogueira, deixa eu usar minhas rimas pra falar de flores e de climas amenos, de toda e qualquer besteira que não ataque minha gastrite nervosa, obrigada.
Eu não sei escrever coisas sérias, porque passei tanto tempo num feed que me pede para ser instantânea, que digerir qualquer informação é perda de tempo.
Eu cansei de enxugar gelo. Tô há dez anos fazendo isso e olha só: meu braço doeu. Logo agora? Sim, logo agora. Por acaso tem hora pra alguma coisa doer ou cansar?
Ah, mas você não pode!
Posso, inclusive agorinha mesmo tô indo ali rimar uns eventos desnecessários de comentar.
Tô indo ali ver um filme, indo ali me alienar até o fim da tempestade.
Isso quer dizer que não volto?
Não. Eu sempre volto, toda vez arranjo um causo ou um ocorrido para abrir os olhos de quem está disposto a abrí-los.
Igualzinho estou fazendo nesse momento.
Eu, por enquanto, não tenho o direito de não me sentir indignada a cada pataquada nos stories, post, radar. Mas vou fazer do meu jeito, já que na voadora ainda não dá.
Eu não sei mais escrever sobre coisa séria. Mas como preciso, sigo escrevendo sem saber.
Comentarios